sábado, 26 de março de 2011



Damn panda or worst


No, I don´t feel

Alone

And I never did.

When I´m alone

Or even when

I just feel

Like I´m surrounded

By a strange emptiness

Of beings

I just feel

Near extinction.

I feel loneliness

In a different way

And it is the same

At night inside a empty

Room,

At noon in a crowded

Bar,

In the morning

With two more feet

Down on the bed,

Always the same feeling,

As I´m the last specimen

Of a useless weak specie,

Born not to last

But to be at least, lost.



B.



Movie scene


Do you know

That movie scene,

When a guy is going

Far away

From the one he loves

But that person comes

To the airport

And makes him stay,

Or otherwise?


I believe in love

As much as I believe

In that crap.


I´ve been so many times

Alone

In so many airports

And never,

Never

Someone showed up,

Even when I thought

I was loved.


Do you know

That movie scene,

When a guy

Meets some random

Girl in a bar,

Fucks her in the bathroom

And in the end

He doesn´t even

Know her name

Or the other way around?


Well, it´s as real as

A real orgasm.


I never expected it,

But expectations

Always made me feel

Like a fool.


Love is just a fool

Expectation

And you´ll never find it

In a public bathroom.

You can´t love without

A name,

But a name can fuck you

When you wait

For someone

To save you

From distance.



B.




Ejaculação Na Areia Entre Pernas



“As praias são todas iguais umas às outras.”


Vasco Gamito


Encontra-te naquela praia que nunca conheceste, com gente

Como aquela da televisão, mas mais presente, mais carne,

Cheiro, movimento sentido e não basta um dedo para o silêncio.

Senta-te na areia quente, não te esqueças da roupa, se o corpo suado,

Tem cuidado entre pernas, não vás meter-lhe dentro mais pensamentos

Antes de virem madrugadores, banhistas com as suas toalhas

Sobre os restos do teu amor que não durou até ao amanhecer azul.

Partilha quem dizes ser teu, oferece-lhe a carne húmida

Ao primeiro urso que arriscar a barba no sol de uma ilha pornográfica.

Deixa-te ficar que o tempo tem muito tempo para todos os grãos,

Para todos os pecados e aqueles que não pecam, abençoados

Pela descrença e pela complexidade dolorosa de um corpo ateu

E aberto a todas as possibilidades de justificação de uma vida para nada.



26.03.2011



Turku



João Bosco da Silva