segunda-feira, 9 de maio de 2011


By the river


I sit on the grass

By the river

Doing what I love most:

Watching the beauty

Of nature, masterpieces

Of someone that once

Fucked and then

Milk,

Dippers,

Sleepless nights.


Library is on my back,

The sun higher

And burning my

Vampire skin,

The eternal motion

All around (some

Red haired girl

Just sat by my side

And I could love her

But is most probable

To just fuck her).


I light my cigar

As some drunk (not

My kind of drunk)

Walks by and barks

Some crap in awful

Language and waits

For my answer

Standing (hardly).

FUCK OFF, I thought

And the guy

Walked away with his

Plastic bag full

With cheap beer

And loneliness.

He must have some telepathic

Powers, mind reader,

But he´ll never know

About this poem

And I wish I didn´t either.

(The red haired girl

Is now doing the same

As me, but not quite,

She has a pink pen

And a green notebook,

I´m all black and yesterday

I came inside a girl´s mouth).


I barely think about

The life I extended

Today, all morning,

Just about the drunk

Bastard in front of me

As I try to eat

All the pussy

With my eyes

And my mind.


(Damn, pink flowers also,

That kind of fuck,

Just to release a bit more

The pain of being).



B.


Aura, Bicicletas e Outras


Enquanto um vestido azul com deus (quero foder deus) e toda a sua glória

Como uma passarela às quatro da tarde num dia de sol impossível,

Uma virgem há uns dois anos atrás, canta o que meia dúzia de cervejas, ou cidras,

Lhe obrigam e alguém fotografa a água como se a vida fosse além

De uma janela, uma casa cheia de fotografias, onde não mora ninguém para recordar,

Então nada e a adolescente quase me irrita, mas o silêncio, que às vezes (alguém se assusta

E grita, docemente), permite-lhe uma imagem de sobremesa quando a vida parecer estar no fim.

O sol parece fugir, mas não passam de nuvens ou gente, mas passam

E tornam-se em besouros gordos, com gargalhadas estridentes entre asas, num momento

Que se afasta com um abanar de mão aberta, antes uma fechada e a boca ocupada com outras notas,

Outras direcções as bicicletas que passam, mais deuses, toda a minha carne é crente

E cada pensamento é uma oração ditada directamente pela verdade.

Olhos verdes, bandeiras antigas de bebés ricos a tornar o vento existente,

Uma leve dor como quem respira, ou sente o peso debaixo dos pés, o peso e a sua

Impossibilidade de ser eterno (às vezes as pernas que se cruzam abertas e infinito).

O museu de arte contemporânea, espera que o sol se canse, ou que o cinzento se venha

E traga visitas às cores inertes, encerradas em quatro paredes com uma humidade possível,

Daquela que deixa grelado, não da que dá dores de cabeça e a vida toda a escoar-se

Enquanto se lê um resultado. Toda esta harmonia, som de páginas folheadas por dedos

Ligeiramente suados à sombra de uma árvore que acorda, cães que passeiam donos,

Livros a servirem de inspiração a sonhos de sestas poucos merecidas, todo este equilíbrio,

No fio de um cabelo levado pelo vento, estragado: “quando quiseres e onde quiseres”, eu

Que gosto que a vida me obrigue… ou nem por isso.



09.05.2011



Turku



João Bosco da Silva