segunda-feira, 4 de junho de 2012


Quase Interseccionismo No Báltico

Convencem-se que são os únicos cujas boleias são pagas com lábios à volta da sua vergonha,
Tantos a ser engolidos pela mesma boca católica em carros trancados, antes de chegar,
Vêm-se tão rápido, porque são os únicos, a sueca segreda com os lábios no lóbulo que
Quente e porra, nada disso, bêbedo minha filha, tu de onde és com a mão onde já
Nem me sinto, o mundo oscila e é o excesso de mentira, pecam os poetas por dizer
Que é poesia a verdade que tentam confessar de forma subliminar, sublimação do tudo
Que desejam num corpo curto e nem que a vida a eternidade, tanta coisa impossível,
Por fazer até o infinito mostrar o fim da sua braguilha e abrir o final e provar tudo em contrário,
Não, as sardas não me tatuaram olhares, só os lábios abusadores na pele cansada de nomes
Esquecidos e futuros possíveis onde mora o esquecimento do que nunca se conheceu,
As portas fecham-se, as calças apertam-se e ninguém quer ser mais um, todos um a menos,
Brinquedos de quem julgamos mais ricos, de espírito, às vezes, prostitutas famintas de alguém
Que nos faça sentir fora de nós, que nos arranquem um pouco de nós, depois que nos cuspam,
Que nos limpem, mas que não nos esqueçam, a sua face em todos os copos vazios,
A inocência na qual se quis acreditar a ser real ainda na memória de alguém que nos morreu,
Foi mais nós que outro alguém, um sonho, mais real que a carne nórdica que nos cospe
Na sanita de uma casa de banho pública e não se sabe bem, se se vomita a ela própria também,
Um nojo imediato aquele desejo de saia pronta para uma língua bífida pelas pernas acima,
Esquecem-se as conquistas mais barulhentas, mas nunca o silêncio de uma derrota.

04.06.2012

Turku

João Bosco da Silva