segunda-feira, 15 de abril de 2013


Quando O Hank Reza

Detesto senhores e as vacas que os fazem senhores, ou os senhores que as fazem vacas,
Mesmo que sem leite na cona a secar, daquele que já não dá para merda nenhuma, apesar
Do nojo ao fluor, as pastilhas da terceira-classe e a cona das primas demasiado imberbe,
Absinto para meia dúzia, mesmo antes do gato despegar do turno das insónias
E para o inferno com a Lana del Rey e as punhetas mal batidas enquanto chovem lágrimas
No chuveiro, devias ter vergonha, visitar pessoas no cemitério, quando a tua vida mais morta que tu,
Espera por mais uns quantos, os teus amigos não morrerão, já têm, sei lá como conseguiram
Agarrar-se a esta merda, mas têm as unhas enterradas até ao caralho de deus e enquanto ele
Não lhe despejar dez litros de mentiras no focinho, bukake de quem é todos e tudo e o caralho,
Manda foguete, é dia de festa, a coleguinha da quarta-classe sobe o monte, vem a caminho
Para provar que nem sabes dançar nem porra nenhuma, vai-te morrer a gaita de tanta fome,
Afinal o contrário, e para o diabo que os pariu e os que vão parir, eu a inutilidade que detesta senhores,
Mas com loucura suficiente para acabar com eles num dia de chumbo e treino com o avô
Morto contra uma figueira onde Judas se cansou de mostrar que foi o único traído por palavras,
Ou também ele teria tido direito a um puto de um evangelho, grande merda na verdade, certo (?),
Foda-se, um ponto de interrogação, já acabou o filme, espera, já, pedimos desculpa,
Está na hora do fogo-de-artifício, esperem pelos raios que vos partam, se não gostam, dedo no cu. Amén.

15.04.2013

Turku

João Bosco da Silva

domingo, 14 de abril de 2013

Jack Encontra-se Perdido Em Lado Nenhum

Sempre tiveste medo do amor como do ridículo, o nu público do coração e preferias o elástico partido à tensão incerta
E agora perdeste as palavras todas Jack, engoliste todos os desejos que te impunhas, só para
Cheirares tão mal como o mundo te cheira, nesse nariz demasiado santo e puramente niilista, tudo merda e mijo,
Agora não sabes onde escondeste a pele de lobo, na companhia das moscas, nem se ainda és capaz de beber o sangue
Doente dos vazio que enchias com a tua incerteza e insegurança, como se os dentes fossem
Uma âncora no barco à deriva que tu sempre foste, agora esperas que a maré suba
E que a água verde te encha desde o convés até ao limite do que aguentas, suportas, sem segredos,
Porque não tens um jovem numa jaula a procurar palavras por ti, nem ninguém para sujares, usaste-as todas,
Como os momentos que espremeste até deixarem de ser recordacões, mas saudades das
Noites libertinas, com o ar carregado de um suor de terra e mil orações antes do assassínio
De mais um dia, esqueceste-te de que o mundo te comerá se continuares a passar fome, os dentes gastam-se no vazio,
Se insitires em beber das miragens que só tu vês, rias-te dos felizes que enchiam a boca de areia,
De esperma seco dos outros nas fontes que julgavam puras, muitas vezes o teu próprio esperma
E rias-te, agora Jack, mais valia engolir-lhes a desilusão que te oferecem com a loucura com que sempre
Te dedicaste a rasgar a vida e as vidas, mas a verdade mata-se com palavras e tu acabaste com elas.

14.04.2013

Turku

João Bosco da Silva