segunda-feira, 27 de maio de 2013


Quase Poema Sobre Poeta

Perguntam-me se conheço nome e eu respondo quem é, que não estou a ver, é um poeta de uma
Terra pequena que não assume como sua, premiado com um nome de uma escritora morta qualquer,
Isso dos prémios é uma questão de concorrer, e engulo que não participei naquele prémio, por exemplo,
É jovem, dizem-me, queixam-se que eu sou demasiado jovem, trabalha noutra coisa além de escrever,
Quem quer morrer de fome, admira-me que o tenham deixado entrar na sopa de letras, geralmente
Não aceitam omnívoros, entretanto lembro-me de um poema sobre gaivotas, areia, algo que me aborrece
Imenso, não me reconheço nos espelhos dele e com ar de ofendido, como se estivesse a ser ingrato
Ou presumido, despedem-se de mim com prontidão. Obrigado, mas sou um poeta que se alimenta
De abismos e os abismos são feitos de sombras, deixem-me habitar nas sombras e ignorar os que são alérgicos ao anonimato.


31.10.2013

Turku

João Bosco da Silva

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