terça-feira, 11 de novembro de 2014

Após Cinzano E Evangelhos Segundo Anos 90

Os dedos depois cheiram a azedo e o copo de vinho tinto com as luzes apagadas
Não se vê até se sentirem as meias molhadas se te descalçaste antes de entrar,
Se não, é porque não entraste em casa de botas de elástico ou no norte,
O resto é apenas fascínio ou tendência pelo relativamente mórbido,
Já morreste, perguntar-te-ão, e o teu tamanho dependerá do tamanho do silêncio,
Em vida, houve gente que teve o trabalho de me transcrever, não foi mau,
A maioria morre sem que um pensamento seja transferido seja da forma que for,
Mas há os génios que são inventados por necessidade ou pura propaganda,
A Rússia está a acordar, outra vez e é Inverno, o Napoleão e o amigo não-alemão
Ainda se lembram, só os pequeninos cheios de tomates aguentaram a pastilha
Pesada da massa, no fundo todos procuram apenas uma rima, ou uma cona,
Que não lhes lembre da mãe, precisam de encontrar uma vagina mutagénica,
Bandeira branca, um dia, sentirás deus nas cuécas e o cemitério será
Tão excitante quanto um caixote do lixo ou um saco de estrume,
A tua própria morte será demasiado pesada com o peso do infinitamente
Não tu, depois dos vinte e mais que sete e oito, mais uma punheta será
Uma vitória barata, menos uma nota roxa também não será assim tão mau
Se embalares o míssil em direcção à erudição transcendental da foda
Sem idioma comum, percebes, não, não leias mais, santa pu rificadora
Das tuas frustrações ao lado do autoclismo, engole então os sofismas,
Admira as eulógias de quem sempre conheceu paralelos, continua
A evitar o poder de quem caminhou no sangue e corpo do golem,
Tu que por bruxa, sempre te quiseste freira ou uma merda mórbida qualquer.
A estas horas não acordes, continua a fumar e a escrever para a admiração
Dos hereges, convencidos do seu lugar ao lado de lado nenhum na verdade.

11.11.2014

Turku


João Bosco da Silva

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