sábado, 21 de março de 2015

Chupa Teresa

Lembras-te da Teresa, dizia que não chupava e tinha nojo que lhe levassem
A língua aos outros lábios, que coisa as calças brancas, e a música a contrariar,
Gelado gostoso com sabor a framboesa, mesmo assim, limitou-se a derreter
A vontade toda nas calças, mesmo assim levaste-a a casa da tua avó,
O teu avô já estava no quinto litro de sono, a Teresa lá uns truques
E estava para estrear outra vez, fazer inveja no banco público,
Se eles soubessem que a Teresa não gostava de gelado com sabor a fome,
Anos mais tarde, em cima de um muro desses das aldeias,
No arraial, a estrangeira degustava o fellatio gostoso, pagou os gelados todos,
À pressa, que as rãs quase nem se ouviam por causa da música,
O Panero não estava longe em distância fronteiriça, lembras-te,
O paraquedista quase que aterrou no alvo no recinto da escola primária,
Com o tempo deixaste-te de gelados, a cerveja torna a língua mais ágil,
E depois de uma noite a engolir Elliott Smith, nem sabes o que são as saudades,
Quando tens uma língua no cu pela madrugada fora, só porque
Estás tão triste que adormeces no sofá quando pensavas
Que estavas num bar a desejar aos muros de granito que façam bom proveito
Dos vinte centímetros de framboesa, a Teresa, qual Teresa,
A tatuagem parece que serpenteia nas vibrações do Jim,
Sim, prometo que de manhã, antes de ir mijar, há gelado gostoso.

21.03.2015

Turku


João Bosco da Silva

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