quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Uma Estrada Para Khabarovsk

Quem terá construído aquela estrada para Khabarovsk, nevada,
Longa e deserta, quem a percorre e que sonhos leva, em direcção
A que pesadelos caminha, terá uma fogueira à espera, algum sorriso,
Uma língua familiar que lhe traga o lar a casa, tudo tão longe
E sempre do mesmo tamanho humano, do mesmo comprimento
Serpenteado até ao mar do esquecimento, que triste será o último
A lembrar, levará com ele todas as mortes para a morte absoluta,
Ainda há muito para andar, muito nome para dar, um longo inverno
Para trazer o próximo verão no coração, entretanto, engulo mais um gole
De café quente e regresso à distância real dos olhos próximos
E procuro nas nuvens uma mensagem que dê sentido a todos os caminhos.

Khabarovsk (sobre)

11/11/2015


João Bosco da Silva

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