sexta-feira, 24 de julho de 2015

Plantação Nocturna

Surge assim com uma vontade

Não sai, que esperas, não fodes, usas os dedos para compensar o tesão que se te afoga
Em sonhos, agora não sai nada, é mau sinal, não para ti, a senhora doutora
Exibindo o diamante do enforcamento recente procura a tua opinião desnecessária,
Há cada vez mais poetas, cada vez mais fome, cada vez mais ateus assumidos nas sombras
Da bebedeira e dos lábios abençoados que se abrem num sorriso perfumado e libertador,
Sei mais eu da Grécia na ponta da língua que o vosso amor de cu apertado,
Não sai, não puxes, nem vás abrir nenhum livro para espremer o abcesso
E chamar o pus teu, também para beber muito é preciso um cérebro cansado do mundo,
Capaz de enfiar a moral no bolso mais sujo das calças e continuar a batida arrítmica
Dos dedos que pulsam poesia, não sai, deixa, há quem salpique o desconhecido
Com futuros impossíveis, não sai, vai dormir, pousa o copo, não te trará nada,
Deixa de cheirar os dedos à procura de velhas glórias, és apenas do tamanho
Das pupilas que te engolem por favor, não sai, melhor, já há muita noite semeada.

diarreica, o poema de merda.

24.07.2015

Turku


João Bosco da Silva