terça-feira, 29 de setembro de 2015


Ilha Em Fomes Alheias

A noite estava a queimar nos lençóis o excesso de álcool e cafeína,
No fim de contas só se estavam a justificar o coração a uns
120bpm, numa madrugada só a enrolar lençóis e confrontar paredes que aclaram,
Torna-se muito mais difícil passar o tempo, mas com uma gaja que está há mês
E meio à procura de trabalho para o noivo na ilha, o tempo voa,
Contam-se os orgasmos, é uma batalha, ainda não, pá, que queres, é a vodka,
Ou o rum, que se misturava com a areia e tornava os encontrões nas paredes
Duros, eu vou contigo até casa, abençoada, outra, sevilhana, ficou para o Natal,
De manhã era, como caralho estou aqui, nesta cama quase familiar, com lençóis
De semanas, sabe-se lá que variedade genética se poderia lá encontrar,
A luz negra neles seria um crime, e por fim, depois de o jogo estar perdido
Por muitos, sujaste-me toda, nas nádegas, pois foi, que a gaja era uma esquisita
E chupava como quem sopra numa ferida infectada e porque o grelo lhe exigia
Retribuição das avalanches que lhe derrubavam os joelhos,
O colega urso dormia, de boca cheia ou barriga juntinha às nádegas peludas de alguém,
Isto é um poema, não, é esperma seco na areia da praia ao amanhecer.

Turku

29.09.2015


João Bosco da Silva