quinta-feira, 2 de junho de 2016

Dívida De Esperma

Inspirado no poema “Os Lubrificados” de Hal Sirowitz

Naquele mês de Maio comprava uma caixa de três preservativos de cada vez
Porque sabia que o nosso amor não duraria mais do que umas quantas vezes,
Naquele dia em que te sentaste com um aperto de surpresa,
Já tinham acabado os preservativos e o esperma, mesmo assim,
Tiraste-me do fundo de ti, acolheste-me na tua boca e desses lábios
Que mais tarde voltaria a saborear, mais meus que teus, disseste-me
Entre mergulhos, quero que te venhas na minha boca,
Só anos mais tarde, em Agosto, te paguei a dívida de esperma
Num banco de trás com um preservativo no bolso emprestado por um amigo,
Mas aquela moeda de troca já tinha saído de circulação e a Lua sabia disso.

01.06.2016

Turku


João Bosco da Silva

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