quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Até Aqui

Quantas madrugadas entre um fim alheio e o limite salvador
De umas mãos que tanto salvam como se condenam,
Quantas manhãs arrastadas até à corrosão lenta do estômago vazio
Vizinho da dor do seu irmão que arrefece rapidamente,
Quantos sonhos adiados para outra vida,
Quantos cafés diários por tomar no café que sempre espera
O regresso do filho adoptivo perdido,
Quantas semanas encerradas entre um triângulo gelado
De trabalho, cerveja e cansaço e tudo por este momento,
Esta cerveja gelada ao lado da velha casa da cidade dos sonhos,
Como num pôr-do-sol à beira rio noutra cidade decadente.

Los Angeles
(El Pueblo de Los Angeles)

15-11-2016


João Bosco da Silva

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