sábado, 11 de novembro de 2017

Lago Baikal 

Será que quando olham para o céu à noite e veem um avião 
A cruzar o céu espelhado no lago, imaginam que vá cheio 
De sonhos desconhecidos, caras marcadas pelos anos 
Ou pela inocência, medos adormecidos ou aprisionados 
Num joelho inquieto, desejos escondidos nas luzes apagadas 
E nas portas fechadas onde tudo acontece de todas as formas 
Imaginadas, será que imaginam também o peso que os vazios 
Deixam em cada um daqueles números que um dia cruzaram 
No céu o lago Baikal com os pulmões cheios de um ar reciclado 
Por tantos estranhos acasos, como poderei escrever 
Todas as cartas quando o céu nocturno se tornar todo branco, 
Será que alguém nesta noite vê no lago uma luz vermelha 
E sabe que estou a pensar nela e no seu coração desconhecido 
Ao frio, será que sabe que não está só? 

Lago Baikal (sobre) 

31.11.2017 

João Bosco da Silva 

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