quinta-feira, 16 de março de 2017

Buracos Negros Em Agosto

Quando não se encontra um espaço comum onde se pisa,
Onde será que estava o sistema na galáxia, a galáxia no universo,
Quando éramos amigos e despíamos as fragas do musgo
E as vizinhas da porca neolítica com a língua de rebuçado,
Tentamos encontrar um tempo comum que a memória
Consiga encontrar no tabuleiro de xadrez saltitante
A que se chama vida ou existência ou isto,
E num momento reorganiza-se a galáxia, o sistema, o planeta
Até ao banco de jardim em Agosto, com as miúdas da capital
Tão frescas na carne e quentes no corpo
Que as convidamos para um filme em tua casa
Que ficou perdido algures num buraco negro.

Budapeste

10.03.2017


João Bosco da Silva