sábado, 1 de setembro de 2018

Tédio Na Praia 

most of what we learn 
in this crazy life is 
what to 
avoid.” 

Charles Bukowski 

Quantos paraísos se esqueceram de pagar a conta da luz na lentidão do prazer, 
Não há prazer nenhum na eternidade e vendem-nos a vida como se fosse 
Um meio para a dor de forma a alcançar o impossível, 
Acende mais um cigarro na praia e espera que as gaivotas ignorem 
O teu hálito alvarinho, és tão podre quanto te vendes, 
Mas a culpa é de quem escolhe ignorar o cheiro da tua alma, 
De certeza comprada em terceira mão numa maternidade da periferia, 
A memória do comboio passa, os mexilhões secam ao Sol 
E só a fome dura, até ao último pôr do sol, enquanto houver cuecas 
Que se desviem para o risco da areia e revelem a verdade rosa, 
O paraíso nem parece tão mau sem luz artificial, 
resto é como o arrependimento de um livro esquecido 
Na mesa de cabeceira quando a toalha já estendida na praia. 

Vila Praia de Âncora 

17.08.2018 

João Bosco da Silva 

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