quinta-feira, 26 de abril de 2018

Vinte e Oito 

Os vinte e oito banhistas do poema de Walt Whitman, 
A sua juventude, que foi minha, a sua força e beleza, 
A sua carne e os seus amores, hoje, vivos apenas 
Nos olhos de quem lhes volta a dar a vida naqueles versos, 
Há muito mortos todos, a carne pó, esquecimento, 
Os ossos talvez ainda um esqueleto mais ou menos inteiro, 
Aquele momento eterno, enquanto houver quem consiga 
Dar corpo à língua, tornar as palavras no reflexo de um tempo 
Cujo retorno impossível, será mesmo o universo 
Um holograma ou algo nos olhos de um poeta? 

25.04.2018 

Turku 

João Bosco da Silva