sábado, 2 de junho de 2018

Poema De Espera

Este é daqueles poemas de espera, dos que se escrevem quando
Não se tem um livro à mão, quando a cerveja exige companhia,
Podia estar à espera da abertura de umas pernas,
Ou de uns olhos que se fecharam para sempre,
Podia estar à espera da abertura do tasco da terra
Para adiar a ressaca mais umas horas,
Ou do autocarro que me leve de mim a mim e nunca chega,
Podia estar à espera de um sorriso que se apagou,
Mas não, estou só à espera que a óptica abra
Para ir levantar os óculos com as lentes novas,
Com as anteriores, via demasiado e não tinha espaço para versos.

Turku

01.06.2018

João Bosco da Silva