terça-feira, 10 de setembro de 2019

Também Pensei Em Ti No Vietname 

Deixa-te ficar sossegada na tua ausência, não faças muito barulho 
Para não afugentares a ilusão na qual te tornaste, 
O que havia de mim para te dar, acabou antes de poder abrir as mãos, 
Não sei se foi a garrafa de champanhe, se a mensagem da barba, 
Quando a invasão francesa chegou, só veio enterrar a baioneta 
No peito que já agonizava, temos sobrevivo de distância, 
Nada alimenta impossíveis como a distância, 
No entanto sinto que quase estivemos demasiado próximos, 
Não sei se, entretanto, encontraste o tal amante que precisavas, 
Ou a vontade te pedia, porque sempre precisamos de uma violência 
Na doçura, morder os lábios da vida de vez em quando, 
O Outono chega e sabes o quanto isso me custa, 
Tudo me lembra o teu cabelo, as allstar sujas e o ranger 
Do soalho sob os teus passos esfíngicos, não incomodes 
O vazio que levei anos a domar, aceitar o nada como certeza. 

Turku 

10.09.2019 

João Bosco da Silva 

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