quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Long Gone Motherfuckers

A vida fode-nos tantas vezes, mas depois de engolirmos muita lama,
Lá regurgitamos tudo, desculpa, se calhar nunca o cheiraste, não sabes o que perdes,
Contudo, hoje deram um nome ao óbvio, a esses microcosmos de imitação,
Os ditadorzinhos ad infinitum, mas a minha sensibilidade social é
A de foder as empregadas dos ditadores em casa deles, sem pagar nada,
É que nem aprendi nada mais além de que para a próxima não devo trazer
Comigo aldeões esfomeados por mexilhões, que comam salpicão
No convencimento de que são os melhores caçadores de gambozinos da terra deles,
Que morram felizes contra uma oliveira qualquer como qualquer um que era bom rapaz,
Ui, mas aquele caralho, não gostava da gente, era um renegado, sim, é verdade,
A cada gole apagava-vos um pouco mais, é demasiado difícil trazer tanta gente contrariada
No coração, convencida que eu uma outra coisa qualquer que não aquela merda
Que me apresentei, descarnado, a alma à vista, juro, e o espanto do meu próprio erro,
Mas que fazer, quando engolem mais do que aquilo que podem sentir, não por fome,
Para mostrarem o estômago cheio de ar e de ridículo quando se vê desde uma distância
Segura e sim, ridículo, endurecimento, a arte de se tornarem pedras, para não dizer cepos,
Por minha culpa minha tão grande culpa, orgasmos nos erros cedidos de boa vontade.

30.09.2015

Turku


João Bosco da Silva

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