1994
Cheira à lona quente dos barcos, às centenas de camadas
De protector solar que cobre peles que transpiram ao sol,
O mar lambe tudo com sal, é verão e algo se desperta
Nas memórias distantes, que estranho encontrar-me
Em tanto lugar novo, uma mistura de cheiros como um
chamamento,
Uma palavra-chave que destranca algo dentro, e lá estou,
Lá sou eu, em mil novecentos e noventa e quatro,
Numa tenda num parque de campismo da Costa da Caparica
A ver uma das primeiras finais, aprendendo que os bons,
São sempre os outros.
Helsínquia
07.07.2021
João Bosco da Silva