Chove em Quioto
Chove em Quioto, lavam-se as ruas do deslumbramento,
A madeira incha, os sonhos teimam numa insónia
Trazida do outro lado do mundo, chove em Quioto,
Nesta madrugada de bronze e musgo nunca pisado,
Adivinham-se gatos no conforto desconhecido
De lares estranhamente familiares, os corvos silenciosos,
Confundem-se com outras sombras molhadas,
Chove em Quioto e nada mais, basta uma verdade para acordar.
Quioto
17/11/2023
João Bosco da Silva