sábado, 30 de dezembro de 2023




Um Tropeço Nos Dias Frios

 

Tenho enfrentado o peso dos dias, o seu sorriso branco,

A sua ilusória leve aparência, alguém me pergunta,

Poderia estar eu morto no segundo seguinte,

Sorrio como os dias me sorriem, estamos sempre mortos

No segundo seguinte, como no anterior,

Vivemos numa linha fina e esperamos a primavera

Como se a nossa eternidade dependesse do renascer geral,

Têm-me visitado quartos escuros onde se entrou

Uma só vez, e agora é tudo o que resta,

Para aquecer as cinzas da solidão dos momentos,

Não é que tudo me pareça mais distante,

O problema é que me ouço como um grito coberto

Por uma avalanche, tudo isto enquanto espero a chegada

De um novo Sol, visitam-me ainda as partidas,

Os reencontros impossíveis, as dores que não se engolem.

 

30/12/2023

Turku

João Bosco da Silva