Um Tropeço Nos Dias Frios
Tenho enfrentado o peso dos dias, o seu sorriso branco,
A sua ilusória leve aparência, alguém me pergunta,
Poderia estar eu morto no segundo seguinte,
Sorrio como os dias me sorriem, estamos sempre mortos
No segundo seguinte, como no anterior,
Vivemos numa linha fina e esperamos a primavera
Como se a nossa eternidade dependesse do renascer geral,
Têm-me visitado quartos escuros onde se entrou
Uma só vez, e agora é tudo o que resta,
Para aquecer as cinzas da solidão dos momentos,
Não é que tudo me pareça mais distante,
O problema é que me ouço como um grito coberto
Por uma avalanche, tudo isto enquanto espero a chegada
De um novo Sol, visitam-me ainda as partidas,
Os reencontros impossíveis, as dores que não se engolem.
30/12/2023
Turku
João Bosco da Silva