sexta-feira, 14 de agosto de 2020


Saudades Pandémicas

Já a viagem vai a meio e eu sem ter partido, serão capazes de me alimentar
Aquelas fragas estranhas e frias, e a ausência dos abraços longos,
Quem me matará essa sede, estou trancado num dever que não é meu,
Não sei a quem vendi a liberdade, terá sido alguma vez minha sequer,
Serei eu mais um pedaço de medo, alimento da necessidade conveniente,
O que não dava por um roçar de giestas na minha cara, fosse eu dono de algo
Além do que enfio nos bolsos para o esquecimento, se nunca chegar,
Terei eu ainda país, terei eu ainda amigos, terei eu ainda família, serei eu ainda?

12.08.2020

Mar Báltico (ar)

João Bosco da Silva