quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

 


“Knights of Cydonia”

 

Dizem que vai passar, mas um buraco negro não passa,

Tudo passa por um buraco negro e fica a desaparecer

Pela eternidade fora, basta entrar no horizonte de eventos,

Um passo, um segundo infinito, entre o universo e o vazio,

Todos os momentos são agora tristes, aqueles sorrisos,

Que a luz levou à fome de uma massividade escura,

Quantas das estrelas daquelas primaveras já defuntas,

O nosso cérebro um holograma vazio de tudo o que foi,

Um eco da nossa passagem nesta realidade cega,

Injusta nas nossas expectativas ruminantes, vai passar,

Mas apenas o tempo passa e nós que cada vez mais,

Com essa passagem, um elástico incerto que se distende,

Dizem que vai passar, mas olho o céu nocturno e apenas

As nuvens se revelam, encobrindo infinitos e amanheceres.

 

13.01.2021

 

Turku

 

João Bosco da Silva