quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

“Sinais de Fogo”

 

Depois de enterrarem o putrefacto cão assassinado,

Foderam sobre aquela mesma terra revolta,

Sem outra pinga de amor além do esperma

Vertido que a criada Maria cobrira de terra e rezas,

A morte como a vida, sacode-se com a mesma facilidade,

Merda e pó, a mesma massa universal,

Fonte de todos os medos e desejos,

Dependendo apenas da delicadeza de cada um.

 

28.12.2022

 

Turku

 

João Bosco da Silva