domingo, 6 de setembro de 2020


Vík
Í Mýrdal 

Acordar cedo com a aranha a tecer a teia na janela 
Para apanhar os curtos raios de sol nas gotas de orvalho, 
Encher a cabana com o cheiro do café, que se engole calmamente 
Enquanto nos montes verdes, as ovelhas pastam a lentidão dos dias, 
Conquistar distâncias e alturas primitivas, respirar alto a pureza 
De um dia limpo, encontrar a reconfortante exaustão silenciosa do corpo 
E à noite depois de umas trutas fritas em manteiga, 
Uma garrafa de vinho distante, Buson na manta de lã sobre os joelhos 
E um gato que nos visita como reminiscências de infância. 

Turku 

06.09.2020 

João Bosco da Silva