segunda-feira, 6 de setembro de 2021


Aquela Águia Que Morta Voava

 

Fosse a morte sueca, neste mundo banhado pela peste

E o medo, nos desse ela mais oportunidades para confirmarmos

Que a vida faz ainda menos sentido, pouco somos mais do que

A vontade de questionar, quando cessam as perguntas, acabamos,

O nosso corpo é apenas um circo ambulante,

Fosse a morte sueca, e nos permitisse sempre regressar

A casa para morrer, esta vida que nos leva a tantos infernos,

Longínquos, que procuramos como uma terra santa,

A carne doutros corpos que se abre em tormenta e redenção,

Fosse a morte sueca e não iríamos sozinhos para o vazio,

Quando o vazio é estarmos sós, e a nossa busca pela perfeição

É o que vai tornando o mundo mais imperfeito,

Fosse a morte sueca e esperaria um momento mais,

Mas a morte não joga xadrez, é um relâmpago sem regras,

E o medo sempre matou mais que qualquer peste.

 

06.09.2021

 

Turku

 

João Bosco da Silva