Agistri
O último barco parte de
regresso ao Pireu,
Passado algum tempo é
engolido pela distância azul
Do Golfo Sarónico, a
partida contudo permanece,
Além dos olhos, a viagem
é eterna, só a consciência
Limita o momento e o
separa em troca de um eu,
Ainda lá estou, naquele
crepúsculo de Julho,
E o barco parece não se
afastar, tornando-se ele,
No caminho que percorre,
estando e passando,
Simultâneamente como a
eternidade.
Turku
03.04.2021
João Bosco da Silva