sábado, 3 de abril de 2021

 


Agistri

 

O último barco parte de regresso ao Pireu,

Passado algum tempo é engolido pela distância azul

Do Golfo Sarónico, a partida contudo permanece,

Além dos olhos, a viagem é eterna, só a consciência

Limita o momento e o separa em troca de um eu,

Ainda lá estou, naquele crepúsculo de Julho,

E o barco parece não se afastar, tornando-se ele,

No caminho que percorre, estando e passando,

Simultâneamente como a eternidade.

 

Turku

 

03.04.2021

 

João Bosco da Silva