domingo, 22 de julho de 2018

Cheiro Do Feno À Beira Da Estrada 

Agora que já segaram, que as chouriças demasiado secas, 
O vinho vinagre e das cerejas, quanto muito, uns frascos pálidos, 
Aproxima-se o regresso, com sorte umas batatas novas, 
Os vizinhos ainda todos vivos e se calhar um primo novo 
Ou uma mulher onde estivemos, sem marcar muito, 
Grávida de quem a salvou das tuas promessas de perdição, 
Os gatos esperam, quando eras garoto morriam mais 
E com eles mundos inteiros que acabavam e avalanches de amargura 
Nas lágrimas tenras, cheira a feno fresco e anoitece sem escurecer, 
Espero os grilos que entre um carro e outro, lá se deixam ouvir 
À beira de uma estrada, que como todas é um caminho para casa, 
Onde as mesmas paredes me recebem como se eu fosse o mesmo. 

Turku 

18.07.2018 

João Bosco da Silva

Sem comentários:

Enviar um comentário