Cheiro Do Feno À Beira Da Estrada
Agora que já segaram, que as chouriças demasiado secas,
O vinho vinagre e das cerejas, quanto muito, uns frascos pálidos,
Aproxima-se o regresso, com sorte umas batatas novas,
Os vizinhos ainda todos vivos e se calhar um primo novo
Ou uma mulher onde estivemos, sem marcar muito,
Grávida de quem a salvou das tuas promessas de perdição,
Os gatos esperam, quando eras garoto morriam mais
E com eles mundos inteiros que acabavam e avalanches de amargura
Nas lágrimas tenras, cheira a feno fresco e anoitece sem escurecer,
Espero os grilos que entre um carro e outro, lá se deixam ouvir
À beira de uma estrada, que como todas é um caminho para casa,
Onde as mesmas paredes me recebem como se eu fosse o mesmo.
Turku
18.07.2018
João Bosco da Silva
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