quarta-feira, 26 de abril de 2017

Antes da Liberdade

Amanhã é dia de revolução e liberdade e aqui neste parque pintado de verde,
Suspiro por ter os dentes graníticos enterrados na frescura que renasce da loucura
Incendiária dos verões, passam pombos à pata, passam pessoas voando por dentro,
Outras enterradas nos escombros de sonhos que persistem em ser relíquia
Depois da sua impossibilidade confirmada, amanhã muitos irão festejar o que não têm,
Outros o que vampiricamente chupam aos outros, alguns dirão que para chegar a isto
Mais valia deixar andar e no fundo é assim que o mundo corre até cair num buraco fundo
De esquecimento, amanhã o parque continuará verde e pintado
E a bandeira será uma despedida baloiçante e tão familiar como um ente afastado.

Lisboa

24.04.2017


João Bosco da Silva

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