Antes da Liberdade
Amanhã é dia de revolução e liberdade e aqui neste parque
pintado de verde,
Suspiro por ter os dentes graníticos enterrados na frescura
que renasce da loucura
Incendiária dos verões, passam pombos à pata, passam pessoas
voando por dentro,
Outras enterradas nos escombros de sonhos que persistem em
ser relíquia
Depois da sua impossibilidade confirmada, amanhã muitos irão
festejar o que não têm,
Outros o que vampiricamente chupam aos outros, alguns dirão
que para chegar a isto
Mais valia deixar andar e no fundo é assim que o mundo corre
até cair num buraco fundo
De esquecimento, amanhã o parque continuará verde e pintado
E a bandeira será uma despedida baloiçante e tão familiar
como um ente afastado.
Lisboa
24.04.2017
João Bosco da Silva
Sem comentários:
Enviar um comentário