quarta-feira, 1 de maio de 2024

 

Maio 

 

Na seiva desesperada das árvores dormentes, 

Correm agora os pântanos, as ilusões despertas 

Pela persistência do sol, apresentam-se os rebentos 

Aos hinos das aves, contudo há amores que não regressam, 

Escondidos nas vergonhas de raízes curtas, 

Ecoando em cada folha seca que a nova erva levanta, 

Dormir torna-se numa náusea breve interrompida 

Por sonhos de pálpebras rubras, convergentes nos desejos que subsistem,

As crianças riem ao sol e eu já não as invejo,

Vontade apenas, de musgo, terra nas unhas

E os joelhos encardidos pelo peso da inocência. 

 

Turku 

 

01/05/2024 

 

João Bosco da Silva 

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