sexta-feira, 28 de março de 2025

 



Linhas Paralelas

 

O sol recortado pelos estores, desenha linhas paralelas

Sobre a mesa de madeira, lentamente, impercetivelmente,

As linhas movem-se, também o coração bate e nem damos por isso,

Se não nos concentrarmos no eco da almofada

Numa noite de insónia ou no ofegante peso da idade no pós-coito,

Também a caneta passa nestas linhas mais óbvias,

Tão estáticas quanto tudo o resto dependendo da distância

E do tamanho do interveniente, nisto, a primavera chega,

Definitiva como sempre e só à noite, cada vez mais curta,

Ecos de mais uma depressão, coberta pelo fino pó deixado pelo inverno.

 

21/03/2025

 

Turku

 

João Bosco da Silva