Capas de Estudantes
Era assim que escrevia no início,
Uma folha A4 branca,
Sobre a mesa da cozinha,
A janela em frente,
Montes e saudades distantes
De um futuro desconhecido,
Assim, como quem estende no chão,
A capa de estudante de Coimbra,
E de joelhos sobre ela, pede,
Vem-te, vem-te muito,
E depois, aos poucos escorria dela
E pingava, umas manchas
Sobre uma capa que dizem,
Não se pode lavar nunca.
Turku
18.12.2025
João Bosco da Silva
