Velha Camisa
O que restará de ti, nesta camisa, onde
Te verteste com uma força além da vontade,
Eu surpreendido com a calibração fisiológica
Dos teus dezanove ou vinte anos,
Já depois de ter contemplado a minha sorte,
Quando de tanga preta, caminhaste até
À casa de banho, para te refrescares de coragem,
Antes da minha fome lapouça, desabar sobre ti,
Fazendo-te explodir no meu maravilhado lambuzamento,
Naquela noite tinhas saído decidida a não dormir
Enxuta, às vezes quando gozo muito acontece, dizias,
Não me lembro sequer do teu nome,
Mas sempre que visto esta velha camisa,
Lembro-me da cicatriz na tua perfeita nádega esquerda
E pergunto-me, o que restará de ti nela.
Turku
01/05/2025
João Bosco da Silva