segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

 



Podia descrever-te o que se esconde

No fino pó dos templos xintoístas,

Os segredos que só o sol à meia noite

Revela através da limpa água doce,

Mas os factos são de quem não os leva

E os bolsos fartos de tudo o que não se é,

Contar-te as contas uma a uma,

Saídas do teu mais oculto suspiro,

Reservado apenas ao vício dos desconhecidos,

Deixa-te cair e saberás que a verdade da vertigem

Não passa de uma linha fina como a morte,

Um segundo para a eternidade,

Deixa-te cair nas revelações simples,

Não temas o que os olhos fechados te revelam.

 

Turku

 

29.12.2025

 

João Bosco da Silva