Podia descrever-te o que se esconde
No fino pó dos templos xintoístas,
Os segredos que só o sol à meia noite
Revela através da limpa água doce,
Mas os factos são de quem não os leva
E os bolsos fartos de tudo o que não se é,
Contar-te as contas uma a uma,
Saídas do teu mais oculto suspiro,
Reservado apenas ao vício dos desconhecidos,
Deixa-te cair e saberás que a verdade da vertigem
Não passa de uma linha fina como a morte,
Um segundo para a eternidade,
Deixa-te cair nas revelações simples,
Não temas o que os olhos fechados te revelam.
Turku
29.12.2025
João Bosco da Silva
