Quanto excesso cabe nos interstícios
De uma noite esperada, haverão questões
Que salvem, mãos que empurrem
Os sonhos na lama, mergulhando-os
Em profundidades de visco e merda,
Quem nunca viu uma árvore
A não ser no inverno, onde encontrará
A felicidade e a cor dos dias,
Sob a neve ninguém adivinha sequer
A areia da praia e a merda dos ganços
Que partiram quando o verão acabou,
Os livros esperam, marcados pela desistência
Insegura, nada corre a não ser o tempo
E a tormenta das artérias.
28/01/2025
Turku
João Bosco da Silva