Pó
Que é do pó dos caminhos de Agosto,
Agora que tudo brilha uma geada lunar
E eterna, continuará tudo a ser o que nunca foi,
Nas couves umas pérolas breves, promessas
De amor, beijos que o sol matinal revela
Como fedorentas verdades,
São ecos as rãs que coaxam nos olhos fechados
Do cansaço, eram mais fáceis os sonhos
E o ouro encontrava-se em cada virilha,
Quantos corpos se cobriram com a fertilidade
Da terra escura, estrumam-se os sentidos
Com poesias alheias e pendente fica,
Como um fuso, o próximo delírio narrativo,
Sempre longe daqueles espaços
No caminho até ao horizonte de futuros hojes.
Kaskinen
23.12.2025
João Bosco da Silva

