Linhas Paralelas
O sol recortado pelos estores, desenha linhas paralelas
Sobre a mesa de madeira, lentamente, impercetivelmente,
As linhas movem-se, também o coração bate e nem damos por
isso,
Se não nos concentrarmos no eco da almofada
Numa noite de insónia ou no ofegante peso da idade no
pós-coito,
Também a caneta passa nestas linhas mais óbvias,
Tão estáticas quanto tudo o resto dependendo da distância
E do tamanho do interveniente, nisto, a primavera chega,
Definitiva como sempre e só à noite, cada vez mais curta,
Ecos de mais uma depressão, coberta pelo fino pó deixado
pelo inverno.
21/03/2025
Turku
João Bosco da Silva