Saudades Pandémicas
Já a viagem vai a meio e eu sem ter partido, serão capazes
de me alimentar
Aquelas fragas estranhas e frias, e a ausência dos abraços
longos,
Quem me matará essa sede, estou trancado num dever que não é
meu,
Não sei a quem vendi a liberdade, terá sido alguma vez minha
sequer,
Serei eu mais um pedaço de medo, alimento da necessidade
conveniente,
O que não dava por um roçar de giestas na minha cara, fosse
eu dono de algo
Além do que enfio nos bolsos para o esquecimento, se nunca
chegar,
Terei eu ainda país, terei eu ainda amigos, terei eu ainda
família, serei eu ainda?
12.08.2020
Mar Báltico (ar)
João Bosco da Silva
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