quarta-feira, 28 de setembro de 2022

 


Tempestade na Cidade Velha

 

Desabava a sede toda nas pedras polidas da cidade velha,

As escadas jesuítas pela primeira vez vazias, a americana

Ao meu lado, de pés molhados como tudo,

Perguntava-me se não queria uma foto lá,

Digo-lhe que não como um adolescente,

Nova Iorque tão longe e isto tudo tão estrangeiro

Como a juventude, tão evidente quanto a linha

Do seu maxilar polaco, inglês, treinado por uma língua cosmopolita,

Eu um rústico provinciano de um império arruinado,

Lado a lado os dois tão distantes, debaixo do tolde de um restaurante

Fechado, esperando um momento certo ou que a chuva pare.

 

Dubrovnik

 

26/09/2022

 

João Bosco da Silva

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