Glórias Paralelas
Ah, a glória do que quase foi cometido,
Nesta fria manhã do último sol do ano,
Na companhia silenciosa de um café,
A glória daquele quase passo em frente
Antes de virar costas para nunca mais,
A resposta que se deu em palavras ditas
E não apenas no ruminar da almofada,
Todos os beijos, sim, todos os quase beijos
Que ofuscam a verdade dos que cederam
À coragem, ao salto no vazio, todos os poemas
Que ficaram no espaço entre os que foram escritos,
Os dentes em todos os pescoços
Naquelas fragrantes boleias de Junho,
Aquele último cartucho do avô morto,
Guardado para um irreversível mau momento,
Em vez de no ar de uma noite desesperada,
A abrir eternidades em direção às estrelas geadas.
31/12/2023
Turku
João Bosco da Silva
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