No Museu
Olhando esses dentes, ainda tão dentes,
Brancos como a eternidade, tu tão pequenina,
Cabeça virada para a direita, para sempre,
Coberta de adornos, foste amada, pelo menos
Na tua morte, quem te terá trazido aqui minha pequena,
Exposto os ossos à curiosidade de um futuro alheio,
Longínquo, que nunca poderia ter sido teu,
O que terão mordido esses pequenos dentes,
O que te trouxe aqui minha pequena,
Ao silêncio de tantos olhos, que em ti vêem
O reflexo da sua própria humanidade,
Curta foi a tua vida, longo tem sido o teu sono.
26/09/2025
Hidra
João Bosco da Silva
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