Escondes-te do Passado
Escondes-te do passado com uma vergonha
De boca cheia de luar e a promessa do pó
Do largo da feira, escondes-te do passado
Como as crianças que desaparecem
Quando fecham os olhos e ali estão
Numa graça ridícula em silêncio,
É melhor que engulas essa vergonha toda,
Deixa torna-la no que tu deixarás de ser,
Um início de primavera à beira do rio,
Um murmúrio viscoso, uma agilidade de rã,
Um aniversário dentro de outro,
Nunca consumamos uma despedida
Purificadora de chamas, engole e orgulha-te
Do desembaraço da tua juventude
Nos meus olhos distantes.
Turku
20.12.2025
João Bosco da Silva

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