domingo, 28 de dezembro de 2025

 


Ontem à noite podias ter dito

Que te despedias de mim,

Uma foda dada a medo e à pressa,

Antes dos matraquilhos e as minis,

Como podes esperar que te leve comigo

Para o estrangeiro ou mais além de mim

E te lembre após duas aparições imaculadas,

Tão parecidas comigo e com o que de ti

Queria, esquecendo o cornudo

Que dentro de mim os injectou,

Que digo eu, ainda agora me despedi

E já me arrependo de tudo,

O pequeno prazer de aldeões profundos,

Olhando-me como se olham pinheiros

Nascendo das fendas das fragas de granito,

Que inevitavelmente morrerão,

Sem espaço para um poema após anos e anos.

 

Kaskinen

 

25.12.2025

 

João Bosco da Silva

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