Árvores, águas e pontes
Neste parque, sempre verde,
Sinto-me a voar.
Quebro a dura parede,
Que me obriga a pensar.
Devoro o verde, bebo a luz,
Corro pelas pontes,
Minha alma reluz.
Sou a criança de antes.
Não sinto o corpo maior,
Nem actuais conhecimentos.
Sinto-me melhor,
Longe de todos sofrimentos.
Nem dou por mim a rir,
Com toda a sinceridade,
Dali não quero sair.
Quero viver lá toda a eternidade.
16-09-2003
João Bosco da Silva
Neste parque, sempre verde,
Sinto-me a voar.
Quebro a dura parede,
Que me obriga a pensar.
Devoro o verde, bebo a luz,
Corro pelas pontes,
Minha alma reluz.
Sou a criança de antes.
Não sinto o corpo maior,
Nem actuais conhecimentos.
Sinto-me melhor,
Longe de todos sofrimentos.
Nem dou por mim a rir,
Com toda a sinceridade,
Dali não quero sair.
Quero viver lá toda a eternidade.
16-09-2003
João Bosco da Silva
#
À noite a luz da Lua,
Despe-me de toda a razão.
Minha alma fica nua,
Calmo é meu coração.
Se uma nuvem por ela passar,
Não tenho nada que temer.
Sinto sua presença no ar
E sua luz o vazio encher.
E aqui na noite serena,
Meu coração é domado.
Nesta terra agora morena,
Vem a mim o passado.
Despe-me de toda a razão.
Minha alma fica nua,
Calmo é meu coração.
Se uma nuvem por ela passar,
Não tenho nada que temer.
Sinto sua presença no ar
E sua luz o vazio encher.
E aqui na noite serena,
Meu coração é domado.
Nesta terra agora morena,
Vem a mim o passado.
25-06-2003
João Bosco da Silva
#
À beira do rio
Sento-me à beira do rio,
Vejo uma frágil folha a passar,
Fecho os olhos e rio,
Da nossa efémera vida a voar.
E a folha vai tão pequena
Levada pela água, soprada pelo vento,
Sua fraqueza é meu descontentamento.
Minha alma já não é serena.
O vento dá-lhe uma forte rajada,
Ela estremece, mergulha, emerge,
E aí prossegue sagrada,
Na sua simplicidade herege.
O rio que a leva inconstante ,
Sereno aqui, turbulento ali nos rápidos,
O vento é suave e constante,
Ouvem-se gritos e risos.
Quando irá parar a folha?
Será que é além na parte baixa?
Ela não se importa nem olha.
Para quê se o fim é uma caixa?
É agora um pontinho ao fundo,
Sempre diferente e sempre na mesma,
Envolta de um verde profundo,
Não pensa, nem sonha, nem cisma.
02-06-2003
João Bosco da Silva
Sento-me à beira do rio,
Vejo uma frágil folha a passar,
Fecho os olhos e rio,
Da nossa efémera vida a voar.
E a folha vai tão pequena
Levada pela água, soprada pelo vento,
Sua fraqueza é meu descontentamento.
Minha alma já não é serena.
O vento dá-lhe uma forte rajada,
Ela estremece, mergulha, emerge,
E aí prossegue sagrada,
Na sua simplicidade herege.
O rio que a leva inconstante ,
Sereno aqui, turbulento ali nos rápidos,
O vento é suave e constante,
Ouvem-se gritos e risos.
Quando irá parar a folha?
Será que é além na parte baixa?
Ela não se importa nem olha.
Para quê se o fim é uma caixa?
É agora um pontinho ao fundo,
Sempre diferente e sempre na mesma,
Envolta de um verde profundo,
Não pensa, nem sonha, nem cisma.
02-06-2003
João Bosco da Silva
#
A Origem
No inicio, escuridão,
Silêncio, infinitamente vazio;
Matéria imaterial,
Nada que tudo é.
Então fez-se Luz,
Imensa, fulminante,
Infinitamente quente,
Dilacerante, destruidora;
Nada destruído pela luz.
Luz material sem se ver,
O agora é Agora.
O que é, ainda não é.
Água, substâncias em folia,
Trovões, moléculas − Vida.
Milhões de tempos. Reinados;
Conquistas marítimas, terrestres,
Aéreas. Gigantes mortos,
Nobres por terra, imortalizados,
Na pedra. Rato ancestral,
Cresce, torna-se primata.
Primata pica pedra, mata,
Come carne, rouba fogo.
Então fez-se Deus,
Aquele que tudo fez,
Aquele que tudo criou.
Criou o Homem, o amor,
As guerras, a morte,
A dor angustiante − o Inferno.
A Luz em fim apagada,
A matéria imaterial,
No inicio escuridão
20-01-03
João Bosco da Silva
No inicio, escuridão,
Silêncio, infinitamente vazio;
Matéria imaterial,
Nada que tudo é.
Então fez-se Luz,
Imensa, fulminante,
Infinitamente quente,
Dilacerante, destruidora;
Nada destruído pela luz.
Luz material sem se ver,
O agora é Agora.
O que é, ainda não é.
Água, substâncias em folia,
Trovões, moléculas − Vida.
Milhões de tempos. Reinados;
Conquistas marítimas, terrestres,
Aéreas. Gigantes mortos,
Nobres por terra, imortalizados,
Na pedra. Rato ancestral,
Cresce, torna-se primata.
Primata pica pedra, mata,
Come carne, rouba fogo.
Então fez-se Deus,
Aquele que tudo fez,
Aquele que tudo criou.
Criou o Homem, o amor,
As guerras, a morte,
A dor angustiante − o Inferno.
A Luz em fim apagada,
A matéria imaterial,
No inicio escuridão
20-01-03
João Bosco da Silva
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