segunda-feira, 17 de janeiro de 2011



Em Defesa Dos Vampiros


Aos vampiros, quem os torna vampiros, são as vítimas

Que os empalidecem com o seu calor, o seu pulsar de vida,

O seu cheiro a sonhos por um futuro limitado.

São as vítimas que lhes roubam a alma, lhes cegam

Todas as outras vontades e lhes limitam a vida

À sede de um outro sangue, para continuar pela eternidade,

Vazios, buracos negros esfomeados de outros dentro,

Desejosos de dentes dentro, de gritos, de dor ou um prazer

Que não se explica por quem tem fome à noite e os olhos

Fechados pela eternidade.

Os vampiros, pobres vampiros, abdicam do descanso eterno

Porque a isso alguém os obrigou, alguém os bebeu,

Os esgotou até à última gota de calor no coração,

Até ao último suspiro da alma.

Há dentes chamados beijos, sedes chamadas desejos

E no fim todos são torturados, os que são para sempre

E os que lhes matam a sede que nunca se apagará.



17.01.2011



Torre de Dona Chama



João Bosco da Silva

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