Em Defesa Dos Vampiros
Aos vampiros, quem os torna vampiros, são as vítimas
Que os empalidecem com o seu calor, o seu pulsar de vida,
O seu cheiro a sonhos por um futuro limitado.
São as vítimas que lhes roubam a alma, lhes cegam
Todas as outras vontades e lhes limitam a vida
À sede de um outro sangue, para continuar pela eternidade,
Vazios, buracos negros esfomeados de outros dentro,
Desejosos de dentes dentro, de gritos, de dor ou um prazer
Que não se explica por quem tem fome à noite e os olhos
Fechados pela eternidade.
Os vampiros, pobres vampiros, abdicam do descanso eterno
Porque a isso alguém os obrigou, alguém os bebeu,
Os esgotou até à última gota de calor no coração,
Até ao último suspiro da alma.
Há dentes chamados beijos, sedes chamadas desejos
E no fim todos são torturados, os que são para sempre
E os que lhes matam a sede que nunca se apagará.
17.01.2011
Torre de Dona Chama
João Bosco da Silva
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