Prenda de Natal
Uns gemidos de quem acorda ao lado,
Numa cama desconhecida, com o sol
A teimar em lamber a pele ressacada,
Um corpo, quase estranho,
Ainda entranhado
Nos apêndices possíveis e
Viva a manhã de Natal!
O rumor universal
Nos lábios húmidos de uma mulher do sul,
Gemidos de quem não pode esperar,
Umas boas festas,
Como devem ser dadas,
A carne e fogo
E uma ejaculação nas mamas
Ainda brilhantes da saliva
Da sede de cão danado
Em busca do amor natalício,
Da verdade e da felicidade
Que vem e vai
E nem dá tempo
Para se tatuar na memória.
Um corpo quente do sul,
Com um castelhano cortado a Sol,
É a melhor prenda de Natal
Quando se é um eterno solitário.
Abre-se e a magia é essa,
Depois apaga-se, esquece-se,
É a vida.
Feliz Natal…
25.12.2010
Torre de Dona Chama
João Bosco da Silva
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