quarta-feira, 20 de abril de 2011


Filho da Puta


Não há dois olhos abertos que valham a pena, não há,

Não há gesto que mereça sinceridade, não, não há,

Nem um dedo no jornal, sujo, nem um copo vazio,

Nem além de umas lentes um olhar, não há, não há nada,

Nem uma médica a dizer (como que a perguntar):

Não quer ser reanimado se, e se é ser não ser mais

E não há, não há: filho da puta!



18.04.2011



Turku



João Bosco da Silva

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